Tradução do livro “U2 Show” – Parte 18

BILL FLANAGAN, autor do livro “At The End of The World”, ex editor da revista Musician e vice-presidente da MTV Networks International, comenta sobre a relação deles com o público e midia norte-americanos.
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"O núcleo do que o U2 faz permanece extraordinariamente consistente. A forma com isso é apresentado ao mundo tem sido adaptada, porque os tempos mudaram. Bono sempre protesta contra o que ele chama de posicionamento "arroz integral", o posicionamento hippie sobre muitas coisas. Mas ele tem muito mais de "arroz integral" nele do que ele quer que o mundo saiba. Ele tem sim. Veja por exemplo, a questão do patrocínio: eu sei que eles tem tido intermináveis discussões filosóficas sobre isso, mas até hoje eles simplesmente não conseguem aceitar patrocínio. Esse é, em suma, um posicionamento "arroz integral", e é parte do que amamos neles. Dentro de toda a mudança de imagem e de som e de produção dos discos e da forma como os shows são apresentados, ainda existe esse núcleo alicerçado em quatro pessoas que se encontraram no início dos anos 80 e com as quais nós crescemos juntos. Seria patético se eles aparecessem com os mullets e a bandeira branca tocando I Will Follow todas as noites, recriando um momento de glória. Mas o coração de I Will Follow está vivo em tudo de melhor que eles fizeram desde então. Certamente estava vivo na Elevation Tour: aqui está o puro U2. Todas as suas canções sobrevivem, uma após a outra, sem enfeites, com o palco nu, com a banda entrando com as luzes acesas, e ainda assim vão te proporcionar uma experiência transcendente."
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"Os quatro integrantes do U2 mais Paul McGuinness formam uma espécie de punho - quatro dedos e o polegar - e isso tem sido sempre o núcleo de como eles operam. Parece totalmente improvável pra mim que alguém pudesse surgir de repente, e se tornar parte desse núcleo. Mas ao mesmo tempo, não conheço nenhum outro caso ou circunstância em que, após 25 anos de imenso sucesso, uma banda de 4 integrantes tenha mantido os mesmos 4 sem nenhuma mudança, incluindo o empresário. Isso é muito, mas muito incomum. Talvez o U2 seja único nesse caso. E eu acho que, enquanto esse grupo permanecer junto, não importa o quanto as aparências mudem, o U2 permanecerá sendo a banda que foram desde o início."


Na sequência, DAVE FANNING, deejay da 2FM Radio, de Dublin, fala sobre suas experiências com o U2.
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"Na Irlanda, as pessoas frequentemente falam que 3 coisas começaram mais ou menos ao mesmo tempo: o U2, a Hot Press e a 2FM, ou Radio 2 como era chamada na época. E eles mudaram a cara de tudo. O U2 recebeu grande ajuda das rádios. Desde o comecinho, em maio de 1979, eu e Ian Wilson (obs.: já traduzi trechos do artigo dele) trabalhamos juntos. Nós fazíamos tudo o que queríamos, e estávamos alheios à qualquer interferência sobre o que tocar (obs.: ele se refere aqui ao nosso conhecido jabá de gravadora). Ouvi falar do U2 pela primeia vez em 1978, e me envolvi porque tocava as demo tapes deles, e eles eram uma das bandas que eu tentava ajudar. Eu me envolvi bastante também nas apresentações deles. Olhando pra trás, seria fácil dizer " Ah, nós todos sabíamos que o Bono tinha algo especial!". Não, não sabíamos. Mas nós certamente sabíamos que ele era alguém que se arriscava bastante, e isso era o que era preciso. Gostei realmente deles, quando os encontrei."
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"Eu assisti à War Tour. Nossa Senhora! A War Tour teve quatro datas na Irlanda! De qualquer maneira, nós fomos a Belfast, Galway, Cork e Dublin. O álbum número três estava para ser lançado. Eu me lembro, no ônibus da turnê, me perguntaram qual música devia ser o single. Eu disse Sunday Bloody Sunday, que mais tarde se tornou num grande hit pra eles. Mas New Year´s Day é que foi o single, e foi algo muito grande. Essa foi a primeira música do U2 que entrou direto para o topo das paradas. Em Belfast eu me lembro de que eles estavam apavorados só de pensar em tocar Sunday Bloody Sunday. O motivo seria: "Quem é esse bostinha da classe média de Dublin que vem a Belfast nos dizer como devemos viver nossas vidas?" Eu lembro do McGuinness apavorado também, porque ele estava de pé no mezanino (do teatro/arena) e eu estava perto dele. Ele ficou muito satisfeito quando ouviu a grande animação do público ao final da música. Deu tudo certo no final. A maioria das pessoas que vão a um show não estão lá por questões políticas, elas só querem é se divertir."
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"As coisas não aconteceram do dia pra noite para o U2, como acontece com outras tantas bandas. Na verdade levou algum tempo. É algo fenomenal como eles permaneceram juntos, e nunca mudaram os integrantes ou qualquer outra coisa. Eles têm muita harmonia, são muito pé no chão, e muito capazes de serem apenas bons amigos e gente comum. Lembrem, eles cresceram juntos na escola. Esse tipo de raízes é muito importante."




Tradução: Maria Teresa

Leia a Parte 17.


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