Tradução do livro "U2 Show" - Parte 2

Na segunda parte, Ian Flloks conta sobre a migração dos shows do U2 de arenas para estádios, o receio de começar uma nova turnê com algo maior, e Dennis Sheehan, responsável pelas turnês do U2 desde 1982 relata histórias interessantes sobre a banda.

IAN FLLOKS

Ian Flooks foi agente de shows do U2 para o resto do mundo (nos Estados Unidos era a Premier Talent), de 1982 a 1997. Ele fala sobre as diferenças de excursionar nos Estados Unidos e na Europa, e conta como o U2 passou finalmente das arenas para os estádios, com a Joshua Tree Tour, num episódio em que Bono, literalmente, amarelou.
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"Eu lembro de organizar a primeira turnê do U2 em estádios, para o Joshua Tree. Todo mundo havia concordado que nós iríamos fazer isso. Eu agendei e organizei tudo, e então fui para a Austrália acompanhar o Eurythmics, que estava em turnê por lá. Os ingressos para a turnê do U2 iriam à venda no dia seguinte.Cheguei à Austrália, e como o jet lag é horrível, troca-se o dia pela noite, então eu tomei um comprimido pra dormir às 2 h da manhã. Lá pelas 3 h, eu recebi um telefonema do Paul McGuiness dizendo "Você tem que falar com o Bono. Você tem que falar pessoalmente com ele, porque não iremos mais vender os ingresso amanhã." 
E o show era pra acontecer apenas alguns dias mais tarde, no Wembley Stadium, essa seria uma turnê de dois ou três meses em estádios europeus. Eu recebi o telefonema do Bono, e mal conseguia manter meus olhos abertos. Ele dizia "Bem, não tenho certeza se nós deveríamos mesmo fazer isso. Por que a gente não pode continuar tocando em arenas? Não sinto que deveríamos mudar pra estádios". Ele ainda sentia que esse não era o jeito certo de tratar o seu público. 
Foi um momento muito difícil. Eu disse a ele "Se eu pensar em todas as vezes que vi o U2, provavelmente os shows mais incríveis que vi foram quando vocês tocaram naqueles enormes festivais em Torhout e Werchter (conhecidos festivais de verão na Bélgica e Holanda), e fizeram com que eles se parecessem com o Marquee (um clube londrino onde eles tocaram algumas vezes). Vocês chegaram até a sexagésima milésima pessoa lá no fundo daquela arena, e eles se divertiram muito". 
A turnê foi adiante, é claro. Nós esgotamos os ingressos três vezes para o estádio de Bologna, três de uma vez só: 120 mil ingressos em Bologna não é nada mal, porque o U2 estava se apresentando em várias outras cidades na Itália também. Naquele primeiro show, eu quase chorei ao vê-los tocar. O público inteiro cantou I Still Haven´t Found What I´m Looking For à capella, sem a banda. Foi uma das noites mais mágicas com o U2 que eu jamais experimentei. E então pensei "Bem, okay, fico contente por termos feito isso. Fico contente por termos tomado a decisão".
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DENNIS SHEEHAN

Dennis Sheehan, um dos mais antigos colaboradores da banda, é o gerente responsável pelas turnês do U2 desde 1982, e continua com eles desde então. Ele conta fatos que fazem parte da história do U2.

"Shows são sempre ótimos. Eu acredito que, pra mim, a melhor experiência é quando o grupo está pronto pra entrar em cena, e começam a se dirigir ao palco. Geralmente eu faço uma contagem regressiva, porque usamos músicas de introdução e o timing é essencial pra que eles estejam no palco na hora certa. 
Então, depois disso, eu me junto ao público e fico olhando para os seus rostos. Eles se iluminam. Isso é parte importante do porque eu gosto de fazer o que faço. Aquele júbilo e felicidade por duas horas e meia enquanto o grupo está no palco valem totalmente à pena, e não têm preço".

"A experiência de excursionar com o U2 é maravilhosa. É um lar longe de casa. Os integrantes da banda e suas famílias eram bons amigos quando os conheci, e hoje em dia são mais amigos ainda. Eles têm trabalhado duro a sua vocação, e isso tem sido evidente durante os bons momentos e os difíceis também. Temos sido abençoados com um grupo que redefine as fronteiras de sua música a cada álbum, mantendo-os excitantes. Muitos fãs diriam que as canções significam tudo pra eles, a música e as palavras. Eu sinto que o Cristianismo é a base para o que eles fazem. Não digo isso relacionado a religião. Eu digo em tudo o que fazem, dizem e agem." "O grupo é formado por pessoas muito honradas.
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Quando eles começam a construir algo, eles estão construindo sobre algo que já é grande. Eles constroem tendo em mente o Everest, mas quando chegam ao topo eles ainda sentem que precisam ir mais alto. Não acho que exista um limite para o U2, eles têm continuadamente ido mais e mais alto com sua música, e atingiram o cume em termos de conquistar aquilo a que se propuseram. Nossas turnês são assim também. Temos sempre lutado pra sermos cada vez melhores, e acho que temos conseguido isso. 
O U2 provou que podem ser grandes realizadores e ainda assim levarem uma vida praticamente normal, e respeitar aqueles aos seu redor e aqueles com quem eles entram em contato. Afinal de contas, nós estamos aqui na Terra por um curto espaço de tempo. O que mais eu teria feito?".


Tradução: Maria Teresa

Leia a Parte 1.

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