Entrevista com Garvin Evans, pai do The Edge

Para comemorar o aniversário do guitarrista do U2, resolvemos ser originais na homenagem. Segue abaixo entrevista exclusiva traduzida com o pai do Edge, publicada no mês passado em um site italiano.



Em algum momento da vida, todos nós sonhamos em ser uma estrela do rock. Mas muitas vezes me pergunto o que estaríamos dispostos a sacrificar para alcançar o sucesso, e que nos levaria a se tornar uma estrela. Seu filho tem feito muitos sacrifícios pela música? Como foi no início de sua carreira?

David já havia começado um curso de graduação em engenharia, quando ele assinou o primeiro contrato com a Island Records. Mas quando o futuro da banda estava assegurado, ele deixou a faculdade e se concentrou no crescimento do U2. Os maiores sacrifícios que eu penso são uma certa falta de privacidade e uma grande carga de longas horas de trabalho.

Não conhecemos o lado privado da banda pessoalmente, quero dizer, quando as cortinas fecham. Isso geralmente é um privilégio para a família e amigos, que conhecem a banda como pessoas normais. Nesse contexto, como era o relacionamento entre você, seu filho e sua música? Há canções relacionadas com determinados momentos que passaram ​​juntos?

Nós sempre nos demos muito bem juntos - o que vale para todos os meus três filhos - desde o momento em que eles eram muito jovens, até o presente momento. Nós realmente não tivemos os chamados ‘problemas dos adolescentes’ e posso dizer honestamente que nunca tivemos a menor discordância que eu me lembre - nunca. Parece bom demais para ser verdade - bem, eu acho que temos sorte. Embora Bono tenha escrito algumas letras abordando especificamente sua, ocasionalmente, difícil relação com seu pai, não houve nada me envolvendo – até onde sei.

Certamente - quando a banda começou a ficar famosa - você e sua esposa ficaram preocupados com o futuro do seu filho. O que vocês pensaram sobre o seu filho ser um dos maiores astros de rock do mundo? Havia alguma coisa pra se preocupar?

Eu nunca realmente me preocupei com a banda. Eles todos parecem ter a capacidade de agir de forma sensata e eles sempre foram muito profissionais para se envolverem com drogas ou terem um comportamento muito selvagem. Ser casado e ter a responsabilidade dos filhos provavelmente ajudou, mas eles têm boa cabeça.



Quantos shows você já assistiu? Já viajou muito com o seu filho? Eu acho que já teve momentos em que você deveria estar profundamente emocionado tocado com 80.000 pessoas e pensando: "esse cara tocando no palco é o meu filho".

Sim, de fato, a minha falecida esposa e tenho viajamos muito com a banda quando eles estavam em turnê, e nós sempre aproveitamos o enorme "burburinho" que tem nas turnês. Muitos da administração e da equipe estão com o U2 há anos, e de um modo isso é como uma grande família. A organização que há nas turnês é incrível. Eu espero ir a alguns shows na próxima turnê.
Quando eu olhar o itinerário final eu vou decidir. Estou constantemente emocionado por quantos fãs a banda tem e com tanto carinho que eles estão envoltos. Da minha perspectiva, com razão.

Ouvimos dizer que em 1981, que antecedeu a October Tour, David chegou muito perto de deixar o U2 por motivos religiosos, mas ele decidiu ficar. Como contou a religião na vida dele e na vida de todos vocês?

Certamente Bono e Edge, em particular, têm crenças cristãs muito firmes e eles estão sempre cientes disso em tudo o que eles fazem. Houve uma crise no momento em que você mencionou entre a banda e os princípios religiosos de Bono e Edge. Eu nunca perguntei muito sobre isso, já que eu considero que as questões de consciência dessa natureza sejam muito particulares. Eles resolveram todas as dificuldades envolvidas e seguiram em frente. Estou muito comprometido com minhas crenças cristãs, como também minha falecida esposa e, provavelmente, algo disso pode ter servido para motivar David nessa direção.

Sabemos que David Evans recebeu aulas de guitarra com seu irmão Richard "Dick" Evans antes de ambos responderem um anúncio na escola procurando músicos para formar uma banda. Esta banda passou por várias formações antes de surgir como U2 em março de 1978, mas Richard deixou a banda pouco antes do nome mudar. Será que ele se arrependeu sobre essa escolha? Quando a família se reúne para jantares de Natal, vocês falam sobre o que aconteceu?

Richard é um acadêmico. Ele estava envolvido com a banda como um hobby inicialmente e, mais tarde, juntou-se um outro grupo chamado "The Virgin Prunes”. Eu nunca falei com Richard sobre seus sentimentos sobre ele ter deixado o U2. Ele estava profundamente envolvido na sua graduação de Ciência da Computação quando a banda decolou. Mais tarde, ele passou a fazer Doutorado em Engenharia na Imperial College em Londres (que foi a própria faculdade onde estudei) e ele trabalha nesse campo ainda. Parece que não há muito de - “o que poderia ter sido” - eu acharia esse isso de “se” inútil.
Siga com a sua vida e tente ser o melhor que puder, é o caminho certo para ir de acordo com o que penso.




“É permitida a reprodução total ou parcial deste texto desde que obrigatoriamente citada a fonte.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário